Existem locais em nosso mundo onde ocorre um grande número de fatos inexplicáveis e assustadores.
Parecem locais propícios à acumularem energias negativas e provocarem incidentes prejudiciais às pessoas que vivem naquele ambiente.
Existiriam nesses locais portais interdimensionais que poderiam fazer a ligação do nosso mundo para com outro, onde criaturas inexplicáveis pudessem se transportar para a nossa realidade e provocar tais acontecimentos?
Se não isso, o que explicaria tais fatos Além da Imaginação?
O Relato a seguir é sobre esses sombrios e assustadores acontecimentos!
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Esse relato não é inédito, já o havia publicado em outros sites.
Entretanto naquela ocasião, escrevi me baseando nas minhas próprias memórias, uma vez que a principal testemunha, minha avó 'Dona Cida" (assim como meu avô também) já havia falecido há quase uma década.
Resumindo, testemunhas vivas daqueles eventos, são meu tio "B" (que só tinha cerca de três anos, portanto não se recorda de nada) e meu tio-avô "Lino", este último que me relatou sua versão detalhista, pois mesmo no auge do 83 anos de idade, continua com a mente brilhante, lúcida e até mais ativa que a minha.
Estes fatos aconteceram na cidade de Lorena (SP), em meados da década de cinquenta, provavemente entre 1951 e 1953, sendo que o estou reproduzindo exatamente na versão do Tio Lino.
Na época meus avós, recém-casados e com seu primeiro filhinho, um bebê de um pouco mais de um ano, se mudaram para uma casa próxima da igreja de São Pedro.
Não entrarei em maiores detalhes, pois a casa hoje, sei que foi totamente reformada, no início dos anos 2000, e é linda, com bom aspecto e nada me consta que ainda seja um local ruim.
Não conheço os moradores, mas pelo movimento que o bairro tem hoje, com restaurante, bares, e demais comércios não existem mais relatos nas redondezas como havia antes.
Meu avô era policial militar, portanto era muito comum ele sair para trabalhar no período noturno, assim como meu Tio "Lino", um valente e saudável jovem de 16 anos, irmão caçula da minha avó, também se ausentava da casa à noite costumeiramente.
Pois como ele mesmo disse: ou trabalhava nesse turno nas fábricas, ou estava em lugares de conforto, digo zona mesmo!
Então minha avó, grávida pela segunda vez, cuidava da casa e do bebê.
Apesar de que os poucos vizinhos que haviam (o bairro naquele tempo ainda tinha muitas chácaras e sítios, praticamente zona rural, terrenos resultantes das vendas de glebas de uma antiga fazenda), já a tinham alertado para não sair de casa após as cinco da tarde, pois "não era bom", pois aconteciam coisas estranhas.
Coisas que aconteciam normalmente quando ela já estava recolhida, afinal naquele tempo as pessoas se recolhiam cedo mesmo por costume.
Tio Lino fala que dos eventos acontecidos, ele afirma que tinha de fato visto mesmo, um coisa nojenta: a nuvem de carrapato que invadia a casa toda.
Mesmo tendo meu avô e ele desinfetado as paredes, o piso e até o forro da casa, despejando veneno como BHC, querozene e até creolina na casa toda no intuito de exterminar as pragas que volta e meia insitiam em voltar, mesmo a família não tendo bichos como cães naquele lugar.
Não era frequente, parecida que eles avisavam quando eventos sobrenaturais estavam para acontecer.
Os carrapatos invadiam a casa toda, e nisso meu avô e meu tio juntavam latas e latas das pragas, ateavam fogo, desinfetavam os locais, mas eles voltavam a ponto de pretejar as paredes. Só que assim como invadiam, eles sumiam.
Outra coisa que acontecia era simplesmente desaparecer das latas e das prateleiras, os matimentos que meu avô comprava na Cooperativa.
Para os que não sabem, antigamente se comprava fardos de mantimentos à granel: arroz, feijão e café vinham em latas ou em sacos de estopa.
Por exemplo, não se comprava 5 quilos de arroz como hoje, se comprava uma saca de dez quilos.
Não se comprava um pote de 250g de manteiga como se acha no supermercado hoje em dia, se comprava uma lata de cinco quilos... só para explicar como eram grandes a quantidade das coisas que se estocavam em casa.
Então para uma famíia com tres adultos e um bebê seria mais que suficiente.
Só que ali não. Simplesmente as coisas pareciam que desapreciam, se volitizavam ,evaporavam com menos de vinte dias.
Tanto é que minha avó relatava que tinha que bordar lenços, ou juntar vidros nas ruas para ter dinheiro para complementar a renda naqueles ultimos dias do mês, mesmo com meu tio que também a ajudava.
Mas como ele diz, não tinha lógica as coisas sumirem.
Ele também comprava comida, e mesmo assim ela desaparecia sem explicações.
Estas eram as coisas que os dos homens presenciavam: o desaparecimento do estoque e a invasão pontual dos carrapatos, nada mais.
Só que...
Aí que entram as memórias do testemunho da minha vó.
Ela relatava que após as cinco da tarde, como de fato avisaram os vizinhos, dava cinco horas da tarde, todo mundo se trancava em casa, memso que ainda hovesse sol.
Simplesmente a rua toda ficava deserta.
E ela infelizmente testemunhou o motivo que se falava para se proteger: ela viu de fato um velho negro, um espectro vestido com roupas de saco, maltrapilho, quase nu rodeando a casa em um final de tarde.
Era como se ele estivesse rezando, em torno da casa.
Era só o sol se por que ela pressentia essa aparição, ouvia passos e chegou a ver esse ser andando do lado de fora da casa.
Ele andava com as mãos justapostas, de fato se lamentando algo.
E me parece que muita gente via esse ser, inclusive os vizinhos.
Se relatava que aquela casa, melhor dizendo a gleba de terra, o terreno pertecia à um casal de ex-escravos que foram tapeados e tTomaram-lhes a casa através de escambo.
Meu tio dizia que foi eles tiveram que dar sua casa para vigaristas em troca de supostas grandes dívidas de consumo.
Vigaristas tinham lhes cobrado dívidas inexistentes, simplesmente por estes velhos serem idosos, negros e pobres ignorantes.
Talvez seja essa a sina que o velho espctro se lamuriava, apegado magoado em sua humilde posse.
Se não bastasse esse espectro somente visto na residência por minha avó, certa tarde, uma menina que a ajudava a cuidar de seu bebê por algumas horas, enquanto ela fazia comida e limpava a casa, viu algo assustador e terrível.
A menina estava no quintal onde havia uma antiga laranjeira, e de repente saiu aos berros e nunca mais voltou a ajudar minha avó.
Ela afirmou que trepada na laranjeira ela viu um esqueleto com uma vela acesa enfiado no peito.
Ela pegou a criança e entrou correndo para dentro. Minha avó não viu nada na árvore, mas acreditou na menina.
Aquele incidente para aquela adolescente foi a gota dágua, porque não teria sido aquela a primera vez que ela foi testemunha de algo sobrenatural acontecido ali.
Em algumas noites, minha avó falava que era como se houvesse um lobisomem (ou otra criatura) que fungava, rosnava, e ficava forçando e batendo nas portas, principalmente na frente tentando invadir.
Esse ocorrido, eu dou um adendo meu, minha opinião, deveria ser alguem vivo mesmo.
Algum marginal que sabia que durante a noite minha avó ficava sozinha, tendo meu avô e e meu tio ausentes, e era fácil invadir a casa sabe-se lá com qual intuito maléfico.
Mas então nada que fosse de outro mundo e desrespeitando o estado de gravidez dela inclusive.
Porém, como relatou meu tio, (a única parte com caráter anedótico do relato, embora nada tenha de engraçado) ele passou a dormir na pequena varanda da casa e se escondia no escuro, para tentar pegar o meliante em flagrante.
Ele fez isso noites à fio, inclusive em noites de lua cheia, e no máximo que aconteceu foi certa noite, ele ter de fato dormido profundamente e amanheceu coberto de fezes.
Sim, havia cocô sabe-se lá do que nele, em toda a varanda da casa, ao redor dela, inclusive no quintal.
Era de uma quantidade inimaginável de fezes com odor horrível, que ninguém sabia de qual animal seria e como poderia ter evacuado tanto e nem que mau-cheiro seria aquilo.
Aquilo literlamente chegou a defecar em cima do meu tio, para nojo dele, e mesmo assim ele não acordou.
É claro que então ele cismou que iria matar o tal lobisomem tamanha audácia!
Já ouvi inúmeros relatos dessa criatura, gente que quase foi mordido pela fera, gente que viu, e até que atropelou ou caiu da moto em um ataque do monstro, mas um que foi atacado por fezes, confesso que foi a única vez!
O que de certa forma, acaba meio que reforçando minha indagação sobre quem tentava invadir a casa, seriam mesmo pessoas vivas, gente má intencionada; porém, vai saber...
Contudo, ela falava que com medo (ás vezes acontecia da adolescente que a auxiliava, pernoitar) mas após uma dessas noites de terror, minha avó pegava uma escada de pedreiro e subia para dormir com meu tio e a menina no forro da sala.
Caso o suposto lobisomem conseguisse arrebentar a porta e entrar, ele não as alcançaria nem saberia onde haviam se escondido.
Mas como minha avó dizia: era em vão.
Ela não coseguia dormir porque em um dos caibros, era como se um chocalho, uma bolinha ficava correndo de um lado para outro sem parar até amanhecer.
Minha avó falava com detalhes, que era uma bolinha barulhenta que ficava passando de uma ponta à outra sem parar, como se estivesse em um barbante sendo puxado por duas pessoas como naquele brinquedo "vai-e-vem". Era torturante.
Meu avô subiu ali e nunca encontrou nada, nem bolinha, nem barbante, nem ninhos de carrapato, nada!
Tio Lino disse que não era sempre que isso acontecia, que os relatos da minha avó eram esporádicos.
Ele mesmo chegou a dormir no forro no intuito de descobrir se a tal bolinha fosse um pássaro no ninho por exemplo, algum rato, ou sabe-se lá o que... ele achava que teria alguma explicação, mas com ele nada ocorreu.
Nada com ele ali naquela casa, dentro da residência exatamente, mas...
Certa noite, lá pelas onze ou meia noite (de tanto minha avó suplicar por companhia) não era tão tarde assim, ele não mais pernoitava a noite toda fora de lá.
Saía, se divertia, mas retornava cedo, se responzabilizando pela segurança da irmã e do sobrinho.
Tio Lino voltava da casa das "Moças" à pé.
O local onde ficava essa antiga zona não demorava quinze minutos à pé de distância, menos até (hoje em dia é onde fica a Rodoviária da cidade), menos de dez minutos uma vez eu fiz ese trajeto.
Mas como citei, eram um local de muitos sítios, com cercas de arame, e não residencias urbanas com muros, com casas uma ao lado da outra, como é o bairro hoje.
Certa vez Tio Lino estava indo para casa sozinho, quando ele notou que atrás dele estava vindo outro homem, todo vestido de preto.
Meu tio sempre andou armado (como todo homem andava antigamente), ainda mais para andar sozinho à noite.
Não adiantou, nem diminuiu o passo, mas manteve-se alerta, continuou andando como se ignorasse o desconhecido que se aproximava.
Mas ele olhou de soslaio que a tal figura de roupa preta estava andando rápido para se aproximar dele, e num ímpeto de defesa, por sorte, meu tio deu um salto e se virou de frente para a tal criatura. quando ele viu que o tal ser era um homem, mas com uma bocarra aberta e tinha os dentes finos como de uma fera, semelhante à uma onça por exemplo.
Dentes afiados inseridos em uma boca horrorosa, imensa, arqueados para fora e tentou morder-lhes o o ombro.
Tio Lino disse que só teve tempo de meter-lhe um murro no estômago, o suficienhte para fazer a criatura recuar e se arcar com os braços na barriga, se afastando com a dor.
Tempo suficente para que meu tio corresse e passar por baixo de uma cerca de arame, chegando a rasgar seu paletó e se ferindo levemente.
Nisso ele sacou a arma, mas viu que a criatura tinha desisitdo do ataque, saindo correndo em direção oposta e voltando para a rua de onde tinha vindo.
Meu tio correu para casa, se trancou e ficou esperando que ele viesse novamente, mas nunca mais aconteceu dele se encontrar com o ser.
Tio Lino também disse que durante um ano e meio, tempo que moraram ali, meu tio "B" vivia doente.
Era normal crianças pequenas ficarem doentes, mas para um bebê forte, gordo, bem aliementado como era meu tio, era estranho a criança adoecer fácil (seria devido às doenças da infestação dos carrapatos? Seria devido às doenças desses parasitas, mesmo minha avó limpando a casa com cloro diariamente, e mantendo as louças, roupas e demais coisas extremamente limpos, contudo sem sucesso?).
Minha avó dizia, ainda com muita mágoa, que perdeu a segunda criança no parto, minha tia, devido à tensão nervosa dos meses de sofrimento naquele local.
A menina nasceu bem, mas sofria do coração, viveu somente 12 horas, ela sofria de refluxo, espumava muito e não conseguiu mamar. Vomitava muito e não aguentou, infelizmente.
Mas a gota dágua, foi o meu tio "B", o bebê que devia ter já quase três anos começar a sofrer de gastroenterite.
O menino teve uma infecção gastro-intestinal grave, o que fez com meu pobre avô tivesse que se virar para conseguir uma casa em São Paulo (onde ele foi transferido), mesmo que em local muito longe do centro e levar a família, pois o menino precisava de tratamento médico com urgência, sendoq que no interior ele poderia perder o segundo filho tragicamente se continuassem a morar naquela casa.
E mesmo sem um centavo no bolso, não lhe restou outra alternativa.
Mais um detalhe: certa vez, meu tio antes de ter essa infecção, não se sabe como, pois a menina não frequetava mais a casa, acabou bebendo um gole de querozene.
Minha avó pegou a criança com uma canequinha com o veneno nas mãos!
Agora quem pegou a garrafa do líquido, a caneca, despejou o líquido e deu na mão da criança, foi um mistério!
Minha avó correu ao ouvir o menino tossindo como se estivesse se engasgado com algo.
Felizmente, ele deve ter provado e cuspido ao sentir o gosto ruim na boca, mas mesmo assim foi assustador!
Meu tio Lino falava que ele vivia gritando e olhando para os cantos da casa, e balbuciava e chorava, falando algo como "Bifo! Bifo!" (Bicho) apontando assustado para as paredes!
Tio Lino também dizia que os vizinhos diziam que os antigos donos, os ex-escravos não tiveram tempo de desenterrar uma botija que esconderam na cozinha, contendo seus poucos pertences, porém frutos de árduos trabalhos e sofrimentos, e que supostamente haviam escondido sob o piso da cozinha.
Tio Lino falava que ao pisar ali, percebiam que piso era oco, pois ouvia-se o eco e algo sendo chacoalhado com a vibração das pancadas e que ele achava que deveriam ter escavado.
Ele frisa que se fosse hoje, ele escavaria, não com a intenção de ficar com o suposto tesouro achado, mas para libertar quem quer que fosse que estivesse preso naquele local.
Talvez desenterrar e doar o que quer que fosse encontrado para a caridade, e com isso eliminar a energia ruim que estaria presa naquele lugar.
Mas naquele tempo, nunca passou essa ideia na cabeça de ninguém.
Como eu disse, sobre a casa, as casa da vizinhança, a zona que meu tio avô frequentava, os sítios, nada mais existe hoje!
Foi tudo transformado ao longo das décadas, e se havia de fato algo enterrado no subsolo da cozinha, foi descoberto ou enterrado defintivamente.
Pois a tal casa foi demolida há muito tempo e a avenida hoje é um local cheio de vida.
A tal rua do ataque do ser dentuço hoje é muito movimentada, e não é mais um local ermo.
E talvez nem haja mais ninguém que saiba desses eventos, com exceção do meu Tio Avô Lino.
Tanto ele, como meu avô nunca duvidaram dos relatos da minha avó, pelo contrário, meu avô sentia muita pena por ter sido obrigado a viver com ela naquela casa por quase dois anos, pois não tinha condições financeiras para sairem dali.
Só saíram para salvar a vida do filho, assim mesmo diante de grande sofriemento.
Meu avô dizia que mal tinha dinheiro para pagar o aluguel da casa de São Paulo, e que o aluguel da casa assombrada era muito barato, cabia no parco orçamento dele.
Tanto é que não dava para fazer outra compra no mês, para repor a comida que desaparecia, mas eles não tinham outra alternativa.
Minha família se mudou dali e não aconteceu nada de mais trágico então.
O que significa que não tiveram outros eventos com os quatros moradores dali.
Tem muitas histórias que irei contar sobre os quatro: mina avó, meu avô principalmente, meu tio "B" e mais ainda meu tio avô Lino.
Coisas horripilantes, mas ficarão para outras ocasiões.
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Jaqueline P. Correa
São José dos Campos- SP
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